Corpo Perfeito é produzido pela mídia

A preocupação com a aparência tem aumentado, assim como o acesso aos recursos para se atingir a imagem desejada. Ao mesmo tempo em que esta dedicação produz pessoas mais saudáveis, que buscam uma melhor alimentação e a prática de atividades físicas, também motiva o aparecimento de disfunções: ter o corpo perfeito, conforme o padrão apresentado pela mídia, torna-se, por vezes, uma obsessão.

Segundo matéria publicada no G1, a satisfação corporal e os hábitos alimentares são influenciados pelos meios de comunicação. Estudo feito pelo Departamento de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto (SP) mostra que as pessoas em geral, ao ver um padrão apresentado como ideal na televisão, consideram-no como superior e se comparam com ele, desencadeando um sentimento de insatisfação.

A psicóloga Joana Vilhena, autora do livro O intolerável peso da feiúra. Sobre as mulheres e seus corpos, relata para o site da PUC-RIO que o padrão apresentado hoje pela mídia é o corpo magro. Sérgio Levy, cirurgião plástico, ressalta que deve haver limite na busca pelo perfeito: “Quando a pessoa fica procurando muito a perfeição, o resultado nunca é bom porque ela vai ficar insatisfeita sempre. É muito difícil obter o resultado exato que o paciente quer. O perfeito não existe”.

Uma pesquisa realizada pela psicóloga Mara Cristina Souza de Lucia, do Hospital das Clínicas de São Paulo, indicou que 62% das pessoas se incomodam com alguma característica física ao ponto de se sentirem frustradas. Em entrevista ao site da revista Istoé, ela aborda as dificuldades das pessoas em lidar com a aparência e os diversos transtornos causados, mas diz que é possível não se submeter à ditadura da beleza. Segundo ela “Devemos separar o joio do trigo. Claro que acho fantástico gente de 80 anos andando, fazendo ginástica, bem cuidada. Mas você não é apenas o que o seu corpo é. Você é a sua história e seu corpo é parte dela”.

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