As últimas tendências do movimento fitness
- Pedro Augusto Nascimento
- 19 de set. de 2016
- 3 min de leitura

Os dados sobre consumo relacionado à beleza e ao bem-estar do brasileiro impressionam: aparecem em primeiro lugar em cirurgias plásticas e perfumaria, segundo lugar em cuidados com o cabelo e o terceiro em cosméticos, revela a Revista Exame. Não por acaso, o culto ao corpo pega carona na vaidade do consumidor brasileiro. De acordo com a International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA), associação comercial que promove a indústria de saúde e fitness, já somos o segundo maior mercado de academias em número de estabelecimentos. Com quase 32 mil unidades — atrás apenas dos Estados Unidos —, o Brasil é o quarto em número de alunos (oito milhões) e o décimo em faturamento (2,4 bilhões de dólares).
Diante desse mercado em ascensão, o que será que tem atraído esse público, ávido por novidades? A American College of Sports Medicine (ACSM), considerada a maior organização científica de medicina desportiva e exercício no mundo, realiza anualmente uma pesquisa para saber as tendências fitness. Se, em 2015, modalidades como zumba e pilates perderam significativamente no quesito interesse dos praticantes, outras atividades surgiram como apostas para 2016, o que repercute diretamente no mercado brasileiro. Com base nessa pesquisa, selecionamos algumas das principais tendências que movimentam o mundo fitness esse ano.
Tecnologia Wearable: à frente das atividades físicas em si, os dispositivos para aperfeiçoar a rotina fitness estão, pela primeira vez, liderando este ranking anual. Roupas, sapatos, relógios e pulseiras inteligentes atraem cada vez mais o interesse dos usuários “comuns”, quando antes eram mais restritos a atletas de alto desempenho.
BodyWeight Training: o personal trainer Renato Santiago explica no site Hora do Treino que no Brasil essa modalidade é conhecida como “calistenia” e faz uso do próprio peso corporal ou utensílios do dia-a-dia. Não requer pesos livres ou máquinas com cargas e era uma modalidade mais comum em escolas, na ginástica olímpica e nas forças armadas. Hoje em dia, esses exercícios estão nas academias, em salas de ginástica, incorporadas ao Crossfit e no treinamento de atletas. Coordenação, força, resistência, potência e perda de gordura são seus objetivos principais.
HIIT: vem do inglês “High Intensity Interval Training” ou Treino Intervalado de Alta Intensidade. Apesar de surgir como modismo, começou lá nos anos 1990 com o método Tabata, do Professor Izumi Tabata, mas sofreu muitas adaptações. Renato Santiago explica que não há treino ou método pré-determinado e cada professor adapta de acordo com o perfil e dificuldade do aluno. O HIIT consome mais calorias não só durante os exercícios como no pós-treino também, além de ter se mostrado um inibidor de apetite. Deve ser feito por pessoas com nível avançado, que conhecem bem seus limites, possuem um bom movimento nos exercícios, coordenação e com supervisão de um profissional.
Treino de força: algumas pessoas confundem treino de força com hipertrofia. Apesar de ambas aumentarem a força e o diâmetro do músculo, um dará mais ênfase do que o outro, explica Santiago. No treino de força, você irá ficar mais forte; já com a hipertrofia você ficará “maior”. É indicado para qualquer indivíduo, já que treinar força favorece o equilíbrio, agilidade, velocidade, coordenação motora e potência.
Treinamento funcional: Muito utilizado por atletas, em tratamento de fisioterapia e agora como treino em academias. Trabalha vários músculos ao mesmo tempo, o que exige coordenação motora e consequente aumento da “inteligência corporal”. Propicia o fortalecimento da região do CORE (músculos profundos da região abdominal, lombar e pélvica), importantíssimos para correção de postura, prevenção de lesões e melhora de desempenho; aumento de resistência e força, condicionamento cardiorrespiratório e queima de gordura. Apesar de ser uma modalidade adaptável a muitos perfis, também exige acompanhamento profissional, pois o risco de lesões é alto, adverte o site Hora do Treino, sempre assinado pelo personal Renato Santiago.
A pesquisa ainda aponta que educadores físicos em geral têm percebido um aumento de procura pelo serviço de personal training. Em entrevista ao Jornal do Commercio, a personal trainer Joana Barros confirma o aumento na procura de aulas particulares por alunos que buscam estímulo motivacional, resultados mais rápidos, além da opção de exercitar-se sem sair de casa.
Programas de fitness para idosos são outra área em franca ascensão, com o aumento da expectativa de vida. Segundo o Portal da Educação Física, a atividade física para idosos ajuda a fortalecer os músculos e previne doenças com grande incidência na terceira idade, como as cardiovasculares, osteoporose, depressão e diabetes, e mantêm a saúde das funções cognitivas.
Ainda que as modalidades sejam mais sazonais, percebe-se um nítido aumento na prática de exercícios físicos. A crise econômica não chega a abalar esse mercado, que cada vez mais busca atrair público e fidelizá-lo como consumidor habitual dos produtos e serviços fitness. Seja por puro culto ao corpo, seja com um enfoque mais abrangente na saúde e no bem-estar, os setores desse mercado rentável estão de olho em todos os perfis e prometem sempre novidades para manter (literalmente) aquecido o ano de 2017.
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